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Inflação volta a acelerar em setembro

Guarulhos, 14 de outubro de 2015

A variação da inflação em setembro mostra que os números voltaram a crescer. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que alcançou a 0,54%, frente a 0,22% registrado em agosto. Considerando o período de janeiro a setembro, a inflação acumulada continuou acelerando, chegando a 7,64%, maior valor observado para o mesmo período desde 2003.

No mês as maiores contribuições vieram dos reajustes do botijão de gás, devido ao reajuste praticado pela Petrobras, e das passagens aéreas, refletindo o fim das tarifas promocionais e os efeitos do feriado de 7 de setembro e da realização do Rock in Rio na cidade do Rio de Janeiro. Esses aumentos resultaram em forte pressão sobre os preços da habitação e dos transportes, que apresentaram as maiores altas em relação aos demais grupos que compõem o IPCA.

“Sem previsão de término para essa crise política em Brasília e sem o consequente ajuste fiscal, fica difícil prever que a inflação fique sob controle nos próximos meses”, lamentou o presidente da ACE-Guarulhos, Jorge Taiar. Realmente, a perspectiva geral da inflação dependerá sobremaneira da evolução do câmbio, que está subordinado ao ajuste fiscal e ao equacionamento da própria crise política, porém os efeitos dos recentes aumentos de outros preços monitorados (gasolina, diesel, ônibus urbano, metrô e gás acima dos 13 quilos) deverão exercer pressão adicional sobre os preços.

No acumulado dos doze meses terminados em setembro o aumento de preços correspondeu a 9,49%, pela segunda vez consecutiva menor em relação ao resultado observado no mês anterior (9,53% em agosto e 9,56% em julho), o que poderia sugerir que a alta dos juros e a recessão estariam começando a arrefecer a alta de preços, pelo menos no segmento livre. De qualquer forma, esse resultado anual permanece muito acima do limite máximo de tolerância da meta anual de inflação para 2015 (6,5%).

Também houve aceleração da inflação mensal, de acordo com o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que apresentou alta de 1,42% em setembro, após subir 0,4% em agosto. Essa forte elevação, somada à fraca variação registrada no mesmo mês de 2014 (0,02%) também fizeram o resultado em doze meses acelerar, passando de 7,15% em agosto para 9,52%.

A maior inflação em termos anuais do IGP-DI se explica pela pressão exercida pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), seu principal componente, devido à disparada do dólar, que ultrapassou a “barreira” dos R$ 4, encarecendo os preços dos insumos, refletindo-se em maior inflação anual das matérias primas agrícolas (IPA AGRO) e industriais (IPA IND), que passaram de 10,45% e 5,94% em agosto para 14,66% e 7,62% em setembro, respectivamente.