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Internet ajuda a alavancar negócios.

Guarulhos, 11 de outubro de 2001

Pequenos e médios comerciantes estão descobrindo a Internet como uma importante alavanca de negócios. Vitrines virtuais ou sites próprios são o principal meio escolhido para auxiliar na divulgação de empresas e produtos. Vender ou comprar on line é outra alternativa para aproveitar o potencial da rede. No Brasil, existem 23 milhões de internautas. Destes, 20 mil fazem compras regulares pela Internet, segundo a e-bit, empresa especializada em marketing e pesquisas online. Cerca de 55% dos e-consumidores brasileiros ganham acima de R$ 3.000,00. E o custo para divulgar os produtos na Internet é relativamente barato: R$ 295,00 iniciais e R$ 105,00 de manutenção. Há empresas de tecnologia especializadas na confecção de vitrines virtuais, ou seja, um pequeno mostruário de produtos com informações como preços e telefones de contato das empresas. É o caso da Click Up (www.clicap.com.br) que apenas divulga os produtos, não vende. A procura por esse tipo de serviço vem se tornando comum entre autônomos e micro-empresas que não têm interesse em constituir site próprio. “Nosso serviço é recomendado para aqueles que estão com dificuldades em aumentar sua carteira de negócios”, afirma o diretor comercial da Click Up, Roberto Osibulski. Segundo ele, a exposição na Internet é uma ferramenta de comunicação útil, mas não é a única. “Só o site não resolve”, alerta. São necessárias ainda divulgação e atualização constante. Shopping virtual – Além da elaboração de home pages, há empresas que disponibilizam o acesso às vendas diretas, como a Miracula.com (www. miracula.com.br), shopping virtual que existe desde 96. A empresa conta com uma carteira de mais de 300 clientes e se especializou no e-commerce, segmento que cresceu 500% no último ano. O executivo de Negócios da Miracula, João Paulo Camargo, aposta na ascensão do e-commerce e afirma: “Quem não comprou pela Internet ainda vai comprar”. O comércio eletrônico é uma realidade tão palpável que já existem lojas essencialmente virtuais, caso da Web Racing, que vende equipamentos e peças para motociclismo off-road. Criada há pouco mais de um ano por dois jovens de 23 anos, Ricardo Pessotto e Marcelo Medeiros, a loja realiza vendas só pela Internet, e conta com um faturamento médio de R$ 150 mil mensais. Ricardo Pessoto, um dos sócios, conta que no início, os fornecedores não acreditavam no sucesso do empreendimento e não lhe davam crédito. A alternativa foi pagar mais caro junto aos revendedores até conquistar alguns clientes. Hoje, as vendas virtuais da Web Racing chegam a competir com as vendas diretas de lojistas já estabelecidos, caso da marca de acessórios para motos SWFox, que possui 11.000 lojas em todo o País. A Web Racing (www. webracing.com.br) foi eleita melhor loja virtual de esportes do Brasil e dispõe de um catálogo com 5000 produtos. Cerca de 70% das vendas são feitas com cartão de crédito e as demais via boleto bancário, transferência ou depósito em conta corrente.

Site é saída para artista plástica

A Internet é vista como uma alternativa de propaganda aos micro, pequenos e médios empresários que não dispõem de recursos para investir em outros meios. “Outro tipo de propaganda é muito caro e o site é bem mais barato”, afirma a comerciante Cinthia Brasil, dona do Studio 187. Ela não imaginava que a confecção do site de seu pequeno ateliê fosse mudar a sorte dos negócios. Artista plástica, Cinthia vendia telas e esculturas em velas artesanais. Nem se lembra de quanto faturava por mês. Hoje está investindo R$ 40 mil em uma fábrica de peças em gesso. Aplicou R$ 7 mil no site próprio que faz venda direta aos internautas. O sucesso da pequena comerciante está diretamente ligado à rede mundial de computadores. Seis meses depois de abrir seu ateliê, Cinthia Brasil resolveu divulgar o trabalho na Internet. Mandou fazer cartões de visita e panfletos com o endereço eletrônico. Contou a amigos, fez propaganda boca-a-boca. Um mês e meio depois, vieram os primeiros resultados. Firmas começaram a procurá-la para desenvolver brindes, lojistas entraram em contato para revender seus produtos. Cinthia conta que 58% das pessoas que entram em seu site e ligam fazendo consultas são dos Estados Unidos. “Não basta fazer o site sem propaganda, se não recomendar a amigos e se não fizer uma boa apresentação”, afirma. Os contatos feitos por interessados até que aconteceram rápido para seu ateliê, o Studio 187, mas não é sempre assim. A empresa Bio Sapiens (www.biosapiens.com.br), especializada na venda de produtos fitoterápicos, ervas e plantas medicinais, para lojistas, tem seu próprio site desde 97. Apesar de seus 20 anos de mercado e uma carteira de clientes ampla, os resultados demoraram aparecer. Hoje é que a empresa está fazendo contatos internacionais, com o Japão e países da Europa para a comercialização de produtos. De acordo com a proprietária, Emy Hirata Ussi, a iniciativa de ter um site próprio vale a pena mas os resultados não são imediatos.