Internet assusta outros meios e é o único que cresce
SÃO PAULO – A Internet será o único meio de comunicação que deverá crescer em publicidade em 2001. De acordo com dados preliminares do Instituto Intermeios, que o Último Segundo obteve em primeira mão, a Internet vai abocanhar R$ 200 milhões em publicidade, valor 25% superior ao do ano passado.
O Instituto Intermeios é o braço de pesquisas da revista “Meio & Mensagem” e trabalha anualmente com dados fornecidos pelos próprios veículos de comunicação, sob garantia de sigilo.
Os números do primeiro semestre indicam que o segmento já havia faturado R$ 100 milhões e era o único que apresentava crescimento. Segundo o presidente da AMI (Associação de Mídia Interativa), Antonio Rosa Neto, a previsão é que a televisão recue 10%, jornais e revistas, 15%, e outdoor e mídias externas, 30%.
Ex-vice-presidente da agência de publicidade Salles, Rosa Neto conta que a leitura da pesquisa, que pela primeira vez computou os números da Internet, foi um susto para os diretores de outros veículos. “É um crescimento desproporcional, pois estamos falando de crescimento quando os outros meios estão em queda”, diz.
Segundo ele, a Internet tem a vantagem de ser uma mídia integrada, que reúne os conceitos publicitários de marca, funciona como marketing direto e possibilita a comercialização do produto. O caso do Celta é um bom exemplo. Cerca de 70% das vendas do carro da GM foram realizadas via Internet. A empresa, inclusive, fez questão de divulgar o resultado em campanha publicitária.
Outro exemplo de empresas que exploram a interatividade são os bancos. Estudos revelam que uma transação financeira na agência do banco custa US$ 1, enquanto no home banking, US$ 0,01. Ao oferecer acesso grátis à Internet, os bancos acabam recuperando o investimento. “O anúncio da Internet está atrelado a resultados diretos”, diz o publicitário.
Rosa Neto divide a história da publicidade da Internet em dois períodos. No primeiro, a mídia era basicamente explorada por empresas de informática e computadores. A partir deste ano, grandes anunciantes como empresas automobilísticas, bancos e lojas de varejo começaram a enxergar o potencial da interatividade do veículo. “A Internet mostrou que os negócios interativos são reais e estão atrelados a resultados diretos”, conclui.