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Investir pode ser a melhor blindagem contra a recessão

O empresário paulistano Rogério Tassitani não esperou a recessão acelerar para tomar medidas preventivas. No final de 2014, pela segunda vez, desde que assumiu a gestão da loja Ferrawidia há oito anos, preparou a empresa para atravessar o período recessivo sem grandes abalos. Na primeira vez, durante a crise de 2008, a reestruturação abriu novas frentes de crescimento. O segredo? Investir em capacitação, em produtos diferenciados e em diversificação.

Tassitani estava no meio do MBA na FGV-SP, em 2008, quando seu pai morreu. Era o fundador da Ferrawidia, loja especializada em ferramentas de corte para o setor metalúrgico, instalada há 40 anos na rua Florêncio de Abreu, em São Paulo. Assumir os negócios da família não fazia parte dos planos do rapaz até então. Mas ele não teve dúvida sobre o que deveria fazer naquele momento. Formado em administração de empresas pela PUC-SP, já tinha trabalhado com o pai e conhecia os meandros do segmento muito especializado.

Para a produção de equipamentos pesados, a indústria metalúrgica depende de ferramentas de corte feitas com uma liga chamada widia (do alemão wie diamant, como diamante). A Ferrawidia, desde sua implantação, vende produtos nacionais e importados feitos desse material na forma de pastilhas, fresas, cabeçotes e suportes, entre outros.

A perda do pai, aos 27 anos, coincidiu com a crise de 2008. Com as vendas afetadas e ainda novato no comando de uma empresa, decidiu que precisava de ajuda profissional para aperfeiçoar a operação da loja. “Em plena crise, contratei um consultor e trabalhamos juntos em um plano de estruturação do negócio”, conta. “Com o planejamento estratégico que fizemos, entendi que o primeiro passo era melhorar a estrutura de trabalho da equipe”.

Quando fala em melhorar, ele se refere a coisas básicas mesmo, como instalação de ar condicionado, nova iluminação, sistema operacional para organizar a gestão e as vendas. “As condições para os funcionários trabalharem com tranquilidade”, resume.

Segundo Tassitani, o resultado foi fantástico. “A melhora no ambiente fez com que os resultados de vendas fossem maiores do que antes da crise”. Em 2013, o consultor encerrou seu trabalho por considerar que a empresa estava redonda.
No final de 2014, o empresário percebeu novos sinais de declínio nas vendas. A constatação só foi possível porque a Ferrawidia mantinha os controles de gestão atualizados dia a dia.

Em janeiro, chamou de volta o consultor para fazer uma nova adequação de custos. Três meses depois dos ajustes, a loja deixou de dar prejuízo e vem mantendo equilíbrio nas contas. “Em parte, a queda ocorreu pelo aumento da concorrência no segmento. Mas principalmente pela insegurança econômica que começou a tomar conta do país”. Para ele, as regras passaram a mudar muito mais rápido no Brasil, “o que levou muita gente a vender o almoço para pagar o jantar”. Para Tassitani, algumas ações precisam ser tomadas para a empresa ficar enxuta e eficiente: reposicionamento estratégico; diversificação estratégica; cortes cirúrgicos; cuidados com a equipe; eficiência na gestão; e resultados planejados.

(Com informações do Diário do Comércio)

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