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Loja pequena conquista espaço

Guarulhos, 06 de junho de 2002

arteComuns em determinados segmentos de mercado, as lojas pequenas são uma alternativa até mesmo entre nichos que, tradicionalmente, pedem espaços amplos, como o de confecções. Comerciantes que optam por este tipo de imóvel são atraídos pela possibilidade de redução dos custos operacionais, incluindo condomínio e aluguel. Mas não são todos que podem adotar a estratégia.

O consultor Antonio Cesar Carvalho de Oliveira, da Acomp Consultoria e Treinamento, afirma que lojas de tamanho reduzido funcionam desde que seja feita uma pesquisa de mercado previamente para identificar as necessidades dos consumidores. “Tudo depende do mix de produtos oferecido, do ambiente da loja em termos de decoração e da estratégia de marketing”, alerta.

Esta é, inclusive, uma importante ferramenta para evitar que a loja acabe cheia de clientes, prejudicando o atendimento. É preciso, portanto, focar a propaganda na parcela de consumidores que se pretende atingir. “O ideal é estruturar a loja para atender a uma média diária de clientes. As épocas de pico de vendas, como Dia das Mães ou Natal, vão acontecer, mas a superlotação será minimizada se o marketing for direcionado aos clientes certos.”

Direcionada aos jovens, a rede TKTS resolveu apostar na idéia e vem obtendo sucesso com lojas de 20 a 25 metros quadrados. Das 15 lojas – em Campinas, São Paulo, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza e Manaus -, duas já operam no novo formato e o dono da rede, Kiko Maldonado, garante que dão mais lucro que as maiores (de 40 a 50 metros quadrados). A saída de mercadorias acaba

sendo menor, mas os gastos com despesas da loja também diminuem, equilibrando a receita.

Tempo integral

– As lojas não ficam cheias 100% do tempo. Este é um dos fatores que contribuem para encarecer o espaço, porque você paga para usá-lo em tempo integral, mas isso não acontece. Há horários em que o estabelecimento fica vazio. Quando a área é menor, esta relação é minimizada – constata.

Pontos-de-venda focados em produtos de informática costumam seguir esta tendência, segundo o consultor Ulysses Reis, coordenador do MBA de Varejo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ). A razão disso é a possibilidade de um estoque pequeno, já que grande parte das vendas destas lojas é feita sob encomenda.

Outros segmentos que se adaptam a lojas com áreas pequenas são os de joalherias e os de lojas de captação – loterias, lavanderias, lojas de consertos de roupas.

– Jóias são artigos pequenos, não ocupam espaço. E em lavanderias, por exemplo, o consumidor geralmente deixa a mercadoria e depois volta para apanhá-la, não precisa transitar pelo estabelecimento – analisa.

Loja cheia

Gerente de marketing das lojas Daniele Dassin, de bijuterias e folheados, todas com aproximadamente 30 metros quadrados, Gilberto França aponta uma estratégia que funciona nestes estabelecimentos: “Com dez clientes dentro da sua loja, ela fica cheia. Isso é um atrativo, estimula as pessoas a, pelo menos, entrar para conferir sua mercadoria.”

Clarice Godinho