Mínimo eleva déficit da Previdência
Brasília – Apesar do crescimento recorde da arrecadação, a Previdência Social fechou o ano de 2001 com um déficit de R$ 12,84 bilhões, equivalente a 1,08% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2000, a diferença entre a arrecadação e o gasto com benefícios ficou negativa em R$ 10,07 bilhões. O aumento da conta, coberta pelo Tesouro Nacional, de um ano para o outro foi de 18% em termos reais e de 27,4% em termos nominais, ou seja, sem descontar a inflação. A principal razão do aumento do déficit foi o reajuste do salário mínimo concedido no ano passado.
Para este ano a previsão, ainda em termos de estimativa preliminar, também é de elevação do déficit, que deve ficar entre R$ 16 bilhões e R$ 17 bilhões, ultrapassando 1,1% do PIB. Os números foram divulgados ontem pelo secretário de Previdência Social, Vinícius Carvalho Pinheiro.
Pinheiro atribuiu o crescimento do déficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ao aumento real dado ao salário mínimo no ano passado, que passou de R$ 151,00 para R$ 180,00 e também ao fato de o crescimento do PIB ter ficado bastante inferior ao das projeções iniciais. “O déficit da Previdência não é resultado de um desequilíbrio atuarial, mas de uma política de distribuição de renda”, argumentou. Ele ponderou que, se não fosse o aumento real dado ao salário mínimo, a elevação da conta seria de R$ 800 milhões, com o déficit atingindo R$ 10,8 bilhões.