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Mais vagas, salário menor

O setor de serviços empregou mais gente e aumentou seu faturamento no ano 2000, mas pagou salários menores aos seus funcionários. A constatação é da Pesquisa Anual de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem.

Pelo levantamento, em 2000 as 766.274 empresas de serviços incluídas na pesquisa registraram receita de R$ 216,5 bilhões, um crescimento de 17,72% em relação ao ano anterior. O número de empregados também aumentou 9,7%, passou de 5, 4 milhões para 6 milhões de pessoas. Em contrapartida, o rendimento médio dos funcionários caiu 5,9% em relação a 1999. Era de 4 salários mínimos e recuou para 3,8.

De acordo com Roberto Saldanha, gerente do Departamento de Comércio e Serviços do IBGE, o crescimento do faturamento e dos empregos e a queda nos salários ocorreu porque as empresas de serviços que concentraram a maior parte da receita do setor foram as que menos contrataram. Além disso, as companhias que mais geraram vagas são as que já pagam menos. E os salários oferecidos ainda foram menores do que em 1999.

Foi o que aconteceu com o setor de correios e telecomunicações. Sua receita foi a que mais cresceu entre 1999 e 2000. Passou de R$ 37,2 bilhões para R$ 47,1 bilhões, com alta de 26%. Entretanto, o número de empregados caiu 0,55% no período. “O ano de 2000 foi de grande expansão para as telecomunicações. As empresas tinham de cumprir com as metas da abertura de mercado, mas passaram por uma reestruturação. Criaram serviços informatizados, o que reduziu o emprego”, diz Saldanha.

Já as empresas de vigilância, segurança e limpeza de prédios criaram 119.942 empregos em 2000, mas o rendimento médio de cada um de seus funcionários, que era de 2,88 salários mínimos em 1999, caiu para 2,76 em 2000. Isso também aconteceu no setor de alimentos, que criou 176.629 vagas, mas pagou 1,64 mínimo para cada empregado contra 1,68 em 1999.

A pesquisa do IBGE também destacou as prestadoras de serviços das áreas de informática, telecomunicações, entretenimento e informação. Juntas, faturaram R$ 74,6 bilhões, ou 31,8% do total do setor de serviços. A receita média por companhia foi de R$ 3 milhões, dez vezes mais que as demais empresas.

Alberto Komatsu

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