O varejo de colchões, que hoje conta com mais de 10 mil lojas no País, está se modernizando para atender um consumidor cada vez mais preocupado com a qualidade na hora de dormir. Novas tecnologias, como espumas anti-ácaro e colchões com tecidos e tamanhos diferentes garantiram uma receita de R$ 2,6 bilhões em 2001 para os colchões de espuma, que representam 90% do mercado no comércio. A informação é de Antonio Gomes, diretor de marketing do selo de qualidade Pró-Espuma, programa que já certificou 15 milhões de colchões por meio de testes de laboratório, nos pultimos quinze anos.
Esses números não consideram a evolução dos colchões de mola, que apesar de representarem ainda apenas 7% do mercado, aos poucos estão ganhando participação no varejo. Os 3% restantes ficam por conta dos colchões especiais, como hospitalares. “Com a abertura do mercado para a importação de produtos internacionais há 10 anos, o varejo incorporou novos modelos, como os colchões americanos de mola em tamanho maior que os nacionais”, diz o proprietário da rede de lojas, Sleep House, Natal Iannoni.
Ele afirma que graças a esta mudança de mercado, conseguiu abrir quatro lojas em três anos. “A entrada de colchões importados fez surgir uma preocupação maior do consumidor em trocar o colchão”, diz o empresário. Segundo ele, foi por causa desses artigos, que podem ser encontrados na loja por preços desde R$ 800 a R$ 4 mil, ele conseguiu manter estabilidade nas vendas nestes cinco primeiros meses do ano. “É um bom resultado, considerando o desaquecimento da economia”, diz.
Apesar da conscientização do consumidor em relação à troca de colchões ter aumentado, Alessandro Strauss, diretor da Sofá & Companhia, ressalta que mais de 14 milhões de brasileiros devem trocar de colchões nos próximos três anos. A loja, que comercializa cinco modelos de colchão de mola de marcas nacionais e internacionais, registrou um crescimento nas vendas de 8% nestes cinco primeiros meses, em relação ao mesmo período de 2001. “Este desempenho é resultado de o interesse do consumidor ter aumentado”, diz.
Atenta à exigência do consumidor, a Probel, que possui mais de 3 mil pontos de venda, lançou um colchão com espuma anti-ácaro. “Para gerar mais interesse no consumidor, que só costuma comprar colchão a cada 10 anos, é preciso inovar”, ressalta Centuamori. A empresa prevê crescer 10% este ano, em relação ao ano passado. “Com isso, vamos recuperar a estabilidade de vendas que tivemos nos cinco primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado”, diz o diretor.
Para poder crescer em um segmento extremamente competitivo, a loja Confortomax, há oito anos no mercado, resolveu expandir sua forma de atuação , passando a atender também clientes empresariais. “Atendendo hospitais, hotéis e clínicas, conseguimos obter um crescimento de 10% nestes cinco primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2001”, diz o proprietário Carlos Roberto Nogueira, que decidiu abrir o leque de seu negócio há quatro anos. A loja também atende consumidores que precisam de colchões feitos sob medida.
Há ainda outras opções nesse mercado. Há sete meses por exemplo, foi aberta em São Paulo a primeira loja de futon – colchão de origem japonesa – bastante popular nos Estados Unidos e na Europa, feito de fibras naturais, látex e algodão, mais firme que o nacional. De acordo com seu proprietário, Matthieu Salles, a nova loja tem atraído principalmente clientes estrangeiros e brasileiros que já moraram no exterior, acostumados a dormir neste tipo de colchão. “É um mercado ainda inexplorado no varejo, que estamos trabalhando para tornar mais conhecido”, diz o empresário, que prefere não revelar seu desempenho de vendas. De acordo com o consultor especializado em colchões, Wanderley Castro Júnior, mensalmente são produzidos 1,2 milhões de colchões de espuma, ante 88 mil de molas, pelas 290 indústrias brasileiras.
Daniela Nogueira