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Moral alto

Guarulhos, 16 de agosto de 2002

arteTodas as empresas do mundo querem funcionários motivados. Gente disposta a desempenhar sempre bem suas funções. Duas questões são essenciais para motivar sua equipe: reconhecimento e auto-análise. A maior dificuldade é como motivar de forma eficiente, sem gastar muito.

Algumas promovem encontros emocionantes, como descer corredeiras a bordo de um barco inflável, percorrer trilhas radicais dirigindo um jipe ou um fim de semana num hotel distante para sessões de autoconhecimento e reflexão. Outras preferem estímulos mais palpáveis, como recompensas financeiras por metas cumpridas. E há também as que combinam desenvolvimento profissional com psicologia e oferecem pílulas de incentivo no dia-a-dia do trabalho.

“Não há uma fórmula”, adianta logo de cara a consultora Vera Lúcia Cavalcanti, sócia da empresa VLC2 Assessoria Empresarial, especializada em treinamento e desenvolvimento de pessoal. Cada organização, diz ela, tem uma realidade diferente e, por isso, cada uma deve buscar o caminho que mais lhe convém. Um bom começo é entender o que é motivação.

As empresas tendem a adotar modelos prontos, com promessas de resultados rápidos, mas não se chega a lugar nenhum sem que, primeiro, os donos do negócio conheçam a si mesmos e, depois, saibam quem são seus funcionários e assim os comprometam com as metas e os objetivos da empresa. “Não há motivação sem automotivação, fator que está intrinsecamente associado a autoconhecimento”, diz a consultora.

O raciocínio é simples: quem não se conhece bem não sabe identificar as coisas que o influenciam e que desencadeiam uma ação. O transporte desse raciocínio para o dia-a-dia de uma firma é que são elas. Daí a babel de ações executadas pelas organizações, com resultados tão variados quanto discutíveis. “Nenhum programa de motivação mantém resultados por muito tempo sem que a pessoa seja induzida à auto-reflexão. Isso não significa que as empresas devam deixar de investir em treinamento, mas antes devem fazer-se a seguinte pergunta: o que queremos e para onde queremos ir?”, diz Vera.