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Moulin Rouge é pastelão romântico, mas com puro frenesi.

Fonte: MARCELO BARTOLOMEI editor de entretenimento da Folha Online

Das telas da MTV para o cinema, é assim que “Moulin Rouge”, que estréia nesta sexta-feira nos cinemas brasileiros, se faz um imenso videoclipe, um pastelão romântico que tem cenas extasiantes, coreografias numerosas e uma seleta trilha sonora, em parte cantada pelo casal protagonista do filme (Ewan McGregor e Nicole Kidman), o que o transformam em puro frenesi.

Tudo bem… o filme não é aquelas coisas, mas tem seus méritos. Logo no início, o espectador se depara com um jogo de cenas que o remetem ao videoclipe da TV: na fiel, mas contemporânea reprodução do cabaré parisiense Moulin Rouge de 1899, a tela se enche do vermelho das cortinas, da alegria das cortesãs, da curtição dos rapazes da época e de muito, mas muito movimento.

São cenas que valem o ingresso, tudo em 20 minutos de intensa “magia”. A viagem eletropop de Luz Bahrmann, como se divulga por aí, é “uma história de amor”.

Para quem gosta do gênero, o pastelão, “Moulin Rouge” é um prato cheio: um escritor pobre que se apaixona por uma cortesã que tem a chance de ter todos os seus sonhos realizados se casar-se com um duque, mas por que deixar o amor de lado? Tem também em seu pano de fundo a revelação de que Satine (Nicole Kidman) tem tuberculose e a vida ameaçada. Claro que o final é previsível.

O jogo de cenas, no entanto, anima o espectador e não o deixa cochilar. Durante todo o filme, preste atenção aos medleys que usam músicas pops dos anos 80 e 90, que passam por Madonna, Elton John e Whitney Houston e emprestam ao filme um ar moderno, mesmo se passando no final do século 19.

Em geral, “Moulin Rouge” é excitante, desinibido, e mostra a mulher como objeto de desejo, mais do que nunca, principalmente nas cenas que reproduzem um autêntico tango de Buenos Aires, já em sua parte final, ao desastroso acorde de “Roxane”, do Police, feito em ritmo portenho.

O certo é que “Moulin Rouge” ganha por ter Nicole Kidman, seus olhos e seus lábios; Ewan McGregor, com sua ótima atuação; e muita música, dos clássicos ao moderno can-can eletrônico da batida pop mais autêntica já feita no cinema, com a performance do Fatboy Slim.

Em Cannes, no ano passado, o filme provocou frisson. Nos Estados Unidos, quando estreou, fez US$ 14,2 milhões de bilheteria logo no primeiro final de semana. Depois de ver uma coisa destas, fica a pergunta: o que seria de nós sem a indústria do entretenimento internacional? Eles sabem fazer, mesmo.

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