MPEs incorporam pressão de custo nos preços
As empresas de uma maneira geral estão apertando o cinto, reduzindo a margem de lucro e contendo gastos. A conclusão é da diretora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Clarice Messer, baseada em pesquisa divulgada na quarta-feira, 17, em São Paulo.
A pesquisa, encomendada pela Fiesp ao instituto de pesquisas Vox Populi, foi realizada entre os dias 25 e 27 de junho com 411 micro, pequenas, médias e grandes empresas do Estado de São Paulo, para saber as expectativas dos empresários em relação ao quadro político e econômico do país. Dos 411 entrevistados, 70% são proprietários de micro e pequenas empresas.
Segundo a pesquisa, 85% dos empresários têm passado por pressões de custo. Apesar disso, 72% dos entrevistados disseram que apesar de estarem apertando o cinto continuam tentando aumentar a produtividade.
A diferença entre os proprietários de pequeno porte e o de grandes empresas está na incorporação dos custos no preço final dos produtos. “Obviamente, quando falamos das empresas de pequeno porte, como elas não têm para onde correr, acabam incorporando as pressões dos custos ao preço final do produto”. Cerca de 58% desses empresários admitiram ter tomado essa medida para contornar as pressões. Apenas 23% das grandes empresas admitem essa prática.
A instabilidade da taxa de câmbio tem incomodado muito tanto os grandes como os pequenos empresários. “A pesquisa desmistifica o mito de que os grandes empresários, principalmente os exportadores, estejam se beneficiando com a instabilidade cambial. Cerca de 60% dos empresários entrevistados acreditam que a instabilidade da taxa de câmbio provoque em suas empresas um impacto negativo ou muito negativo”, diz a diretora.