Nova queda faz dólar fechar abaixo de R$ 2,30
O dólar comercial terminou a quinta-feira na menor cotação em quase oito meses, a R$ 2,294 para venda, após recuar 0,35% sobre o fechamento anterior. Operadores ouvidos pela Agência Reuters salientaram que o movimento, em uma sessão ainda tímida de negócios, veio na sequência de melhores expectativas para o cenário doméstico – que já era citada nos últimos meses. Percepção de números mais favoráveis ao País – como o superávit comercial que se confirmou acima de US$ 2,6 bilhões em 2001 – e captações de empresas já respondiam no final do ano passado pela reversão do humor no mercado brasileiro, além de uma menor aflição pela cena argentina, lembraram operadores.
Maio
No dia 19 de dezembro a moeda americana já havia registrado o nível mais baixo desde o início de maio, ao ser cotada a R$ 2,296 para venda no segmento comercial, levemente acima do encerramento de ontem. Em 11 de maio, a divisa terminou em R$ 2,286 para venda. “O real continua se apreciando, mas (em um mercado) sem muito volume. O cenário é favorável, a balança comercial está superavitária e a Argentina, por pior que esteja, não está nos incomodando”, resumiu Daniel Szikszay, gerente de câmbio do Banco Schahin.
Plano argentino
O profissional acrescentou que “o clima nesta semana ainda é de fim de ano e o mercado aguarda por alguns fatores, como o plano (econômico) do país vizinho.” Ontem à tarde o governador peronista da província de Córdoba, José Manuel de la Sota, confirmou que o plano acabará com a paridade entre o peso e o dólar na Argentina. Ao sair de uma reunião em Brasília com o presidente brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, De la Sota disse que a Argentina terá “uma taxa de conversão livre do dólar e uma outra fixa, fixada pelo governo”. Em dois dias úteis deste ano o dólar acumula recuo de 0,91% sobre o real, situação bem diferente do ano passado. Em 2001, a moeda americana registrou alta de 18,65% frente ao dólar, mas chegou a registrar picos de 45%.
