Notícias

Novas regras geram aplicador mais exigente e sofisticado

Guarulhos, 11 de junho de 2002

A mudança no cálculo da rentabilidade dos fundos de investimento, que agita o mercado há dez dias, está criando um novo tipo de investidor. Mudou a pergunta que os aplicadores mais fazem: eles não querem saber apenas a rentabilidade do investimento. Agora, busca-se informação sobre o tipo de aplicação adequada para cada pessoa.

“Existem 4 mil tipos de fundo no mercado”, lembra Gilberto Biojone, diretor da Corretora Socopa.. “São investimentos diferentes, com características próprias, e o investidor está ansioso para saber qual deles se aplica a cada caso específico”. Ele conta que há pessoas entrando em contato com as corretoras “implorando por orientação” depois de terem perdido dinheiro com os fundos e não conseguirem explicação convincente para essa queda.

Essa nova postura requer mais tempo e sofisticação, mas isso não afasta o investidor. “Existe o aplicador que investe R$ 100 mil para garantir o pagamento das despesas do casamento da filha, daqui a um ano”, conta Biojone. “Antes, ele preferia simplesmente colocar o dinheiro em um fundo e esperar quanto iria ganhar. Agora, quer saber qual é a melhor opção, levando em conta quanto tem a investir e o tempo necessário para o rendimento”.

Com a nova regra para os fundos, os riscos ficaram explícitos e o investidor sentiu a necessidade de conhecer em detalhes sua aplicação. “Ele está convencido que não pode mais fazer tudo sozinho e que precisa de um aconselhamento especializado”, garante Gilberto Biojone.

Com essa demanda, Biojone acredita que serão criados ou se sofisticarão os serviços especializados em bancos para atender o investidor: “Acabou a acomodação de definir uma aplicação e ficar esperando o rendimento diretamente em um crédito na conta do banco”, assegura.

Theo Carnier