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O direito de não ser incomodado no trânsito

Guarulhos, 07 de julho de 2004

Na vida agitada das grandes cidades, o tempo gasto no trânsito é um dos momentos mais estressantes do dia. A vontade de chegar rápido para cumprir os compromissos aumenta a ansiedade dos motoristas. Em Guarulhos não é diferente. Suas ruas e avenidas estreitas, o excesso de ônibus, peruas e veículos particulares nas regiões centrais, associados à falta de investimentos no sistema viário, transformam o trânsito em uma verdadeira fonte de nervosismo.

Não é só a falta de estrutura urbana que incomoda o motorista. Ao ter de parar seu carro nos cruzamentos mais movimentados, é comum ser abordado por “flanelinhas”, distribuidores de folhetos com propaganda de imóveis, jornais, “vendedores” de balas, chocolates, chicletes, acessórios para celulares, máquinas fotográficas e outros produtos, sem esquecer os voluntários que organizam “pedágios” com faixas de campanha para instituições “filantrópicas”. E mais: a partir de agora até o mês de outubro o espaço será dividido com a distribuição de propagandas políticas.

É claro que todos tentam fazer desses cruzamentos importantes “pontos comerciais” para buscar algum rendimento, enfrentando o frio ou o sol, para sobreviver ao desemprego. Mas, o que essa abordagem transmite ao motorista? Ele já anda com os vidros do carro fechados com medo de assaltos e, ao parar no semáforo, vê uma fila de pessoas explorando um ponto comercial que oferece de tudo. Como poderá saber se entre eles não há um assaltante? Como não abrir o coração e colaborar com algumas moedas para quem está ali no frio, se declarando desempregado, com família e filhos?

Basta observar esses cruzamentos por alguns minutos e verificar o constrangimento, o medo e a revolta no rosto das pessoas. O que fazer? É para resolver esse tipo de problema que a sociedade se organizou e criou uma instituição chamada governo. Nós, cidadãos, contratamos o governo para dar dignidade, qualidade de vida e para zelar pelo bem comum da sociedade. Fazemos isso pagando os impostos recolhidos pelo governo e aplicados de acordo com a vontade popular por meio de políticas públicas.

No caso dos cruzamentos, cabe ao governo municipal agir criando condições para tirar as pessoas desses locais, encaminhá-las para programas sociais e de geração de renda, freqüentemente anunciados. Por outro lado, cabe lembrar que o motorista também é cidadão e tem o direito de não ser importunado e de sofrer constrangimentos no trânsito. Por isso, o Código de Trânsito Brasileiro prevê em seus artigos 195, 245 e 254 a proibição aos pedestres de transitarem pelas pistas de rolamento, que além de ilegal, evita acidentes e dá mais segurança a todos.

É obrigação do governo municipal fazer cumprir esta lei por meio da autoridade de trânsito que, em Guarulhos, é exercida pelos Guardas Civis Municipais e pela Polícia Militar. Esse é mais um poder que as autoridades já possuem e que pode ser exercido hoje, sem custo algum, prevenindo acidentes, dando mais segurança aos motoristas e mostrando ao povo que não estão nos cruzamentos só para multar.

Wilson José Lourenço Junior
Vice-presidente de Serviços da ACE




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O direito de não ser incomodado no trânsito

Guarulhos, 02 de agosto de 2002

Na vida agitada das grandes cidades, o tempo gasto no trânsito é um dos momentos mais estressantes do dia. A vontade de chegar rápido ao destino para cumprir os compromissos ou resolver os problemas aumentam a ansiedade dos motoristas.

Em Guarulhos não é diferente. Suas ruas e avenidas estreitas, o excesso de ônibus, peruas e veículos particulares nas ruas centrais associados à falta de investimentos no sistema viário transformam o deslocamento das pessoas em uma verdadeira fonte de nervosismo.

Não é só a falta de estrutura urbana que incomoda os motoristas. Ao ter de parar seu carro nos cruzamentos mais importantes da cidade é comum ser abordado por vários tipos de pessoas: são “flanelinhas”, distribuidores de folhetos com propaganda de imóveis, entregadores de jornais, “vendedores” de balas, chocolates, chicletes, acessórios para celulares, máquinas fotográficas e outros produtos, sem esquecer os voluntários que organizam “pedágios” com faixas de campanha para instituições “filantrópicas”. E de agora até o mês de outubro teremos o espaço dividido com as bandeiras dos candidatos e seus cabos eleitorais distribuindo propaganda política.

É claro que todos tentam fazer destes cruzamentos importantes “pontos comerciais” onde se busca algum rendimento, enfrentando o frio ou o sol, pretendendo sobreviver ao desemprego alarmante dos dias atuais.

Mas o que tal abordagem transmite ao motorista? Ele já está estressado, anda com os vidros do carro fechados com medo de assaltos. Ao parar no semáforo vê uma fila de pessoas explorando um ponto comercial, oferecendo-lhe de tudo. Como poderá saber se entre eles não há um assaltante? Como não abrir o coração e colaborar com algumas moedas para aquele que está ali no frio e declarando-se desempregado, com família e filhos.

Basta observar estes cruzamentos por alguns minutos e verificar o constrangimento, o medo e a revolta no rosto das pessoas. O que fazer?

É para resolver este tipo de problema que a sociedade se organizou e criou uma instituição que chamamos de GOVERNO. Nós, cidadãos, contratamos o GOVERNO para dar dignidade, qualidade de vida e para zelar pelo bem comum de todas as pessoas da sociedade. Fazemos isso pagando os impostos que são recolhidos pelo governo e aplicados de acordo com a vontade popular por meio de políticas públicas.

No caso dos cruzamentos, cabe ao governo municipal agir primeiramente criando condições para tirar as pessoas destes locais e encaminhando-as para programas sociais e de geração de renda que são freqüentemente anunciados.

Por outro lado, cabe lembrar que o motorista também é cidadão e tem o direito de não ser importunado e de sofrer constrangimentos no trânsito. Por isso, o Código de Trânsito Brasileiro prevê em seus artigos 195, 245 e 254 a proibição aos pedestres de transitarem pelas pistas de rolamento, que além de ilegal, evita acidentes e dá mais segurança aos motoristas.

É obrigação do governo municipal fazer cumprir esta Lei por meio da autoridade de trânsito, que em Guarulhos é exercida pelos Guardas Civis Municipais. Este é mais um poder que eles já possuem e que pode ser exercido hoje, sem custo algum, prevenindo acidentes, dando mais segurança aos motoristas e mostrando ao povo que eles não estão nos cruzamentos só para multar.

Wilson Lourenço
Presidente do Conseg Guarulhos Vila Galvão
conseg.guarulhos@ig.com.br
Membro da Diretoria Executiva da ACIG