Ativo pouco líquido absorve capital. Crescem nos balanços dos bancos os ativos “intangíveis”, comprometendo sua capacidade de dar crédito. São considerados intangíveis os ativos de baixa liquidez e difícil transformação em dinheiro, como o ágio pago em aquisições e provisões para empréstimos que se transformaram em crédito tributário.
No Bradesco, no Itaú e no Unibanco, os intangíveis cresceram, em média, de 30% do patrimônio em 1999 para 50% em 2001, calculou a agência de classificação de risco Fitch Ratings. O caso mais dramático é o do Banco do Brasil (BB), em que os intangíveis de R$ 12,2 bilhões são equivalentes a 140% do patrimônio. Um terço dele levaria um século para ser transformado em dinheiro, calcula a Fitch. Bradesco e Itaú têm ativos intangíveis iguais a pouco mais da metade do patrimônio de cada um (52%).
O vice-presidente de controle e relações com investidores do BB, Ênio Pereira Botelho, disse que, após o saneamento feito em 2001, o banco está gerando lucro suficiente para aproveitar os créditos tributários que tem em estoque.
Maria Christina Carvalho