Apoiar os fornecedores pode ser uma das melhores maneiras de garantir custos menores e ter a garantia do cumprimento dos prazos de entrega. Ciente desta estratégia, o Boticário envolve seus fornecedores na idealização de seus produtos, apresenta novas tecnologias e alternativas de desenvolvimento que garantam o crescimento de seus parceiros em seu próprio benefício.
De acordo com Arthur Grynbaum, vice-presidente executivo da fabricante de cosméticos e perfumaria, o Boticário desenvolve um trabalho forte com pequenos e médios fornecedores.
Segundo ele, o primeiro passo é identificar se o fornecedor tem potencial para se desenvolver e buscar novos mercados. A partir daí, o Boticário indica cursos profissionalizantes, busca tecnologias no exterior e apresenta-as aos seus fornecedores para garantir a melhoria do processo produtivo, diz.
Integração
O objetivo é integrar a cadeia produtiva, incentivar investimentos em automatização dos processos, aumentar a escala dos fornecedores e garantir a segurança de entrega, de qualidade e, é claro, custos menores.
Grynbaum conta que, apesar da maior facilidade para conseguir empréstimos mais baratos junto aos bancos, o Boticário não ajuda o fornecedor com o capital inicial para a aquisição máquinas, equipamentos e novas tecnologias, mas se compromete com determinados volumes de compras que garantam ao empresário o retorno do investimento realizado.
Grynbaum explica que não vale a pena verticalizar a produção dos cosméticos e perfumes porque mudaria o foco do Boticário. Por esse motivo, a empresa prefere estimular o fornecedor a manter-se atualizado e disposto a conhecer novos procedimentos.
Em 2001, de seus 168 fornecedores ativos, 38 receberam prêmios do Programa de Avaliação de Desempenho de Fornecedores (PADF).
De acordo com o vice-presidente, o PADF avalia os fornecedores, busca aprimorar o desempenho profissional, ganhar em eficiência e contribuir para o futuro da organização.
Em 2001, o Boticário faturou R$ 376, 1 milhões e gastou R$ 206,1 milhões com bens e serviços de terceiros. O valor corresponde a 54,8% do faturamento da fatia industrial da empresa. Em 2000, os gastos com bens e serviços chegaram a R$ 212,7 milhões ou 68% do faturamento. A empresa não discrimina o valor das compras dos fornecedores de sua linha de produtos.
Letícia Volponi