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Pequenas são as que mais investem em tecnologia

As pequenas empresas paulistas, com menos de 100 funcionários, são as que mais investem em pesquisa e desenvolvimento, proporcionalmente ao que faturam, em relação às grandes empresas. No entanto, as empresas de menor porte foram as que menos contribuíram para as novidades tecnológicas entre 1994 e 1996, segundo os Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo divulgados ontem pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp).

Nesse período, as micro e pequenas empresas (até 99 empregados) representaram 21,7% da taxa de inovação. Essa proporção mais que duplica para as empresas de porte médio, de 100 a 499 funcionários, para atingir 70% no grupo das grandes empresas industriais, com 500 empregados ou mais.

Para Ruy Carvalho, coordenador do trabalho, isso ocorre porque as empresas de menor porte enfrentam principalmente dificuldades de acesso aos recursos financeiros, instituições de crédito e financiamentos.

Segundo Carvalho, há necessidade de uma política industrial que favoreça as empresas de menor porte. Além disso, as grandes empresas necessitam estabelecer maior contato com seus fornecedores, oferecendo treinamento e acesso às novas tecnologias. “A Alemanha é o país da União Européia que mais se envolve com as pequenas e médias oferecendo apoio governamental e também das grandes empresas”, diz o coordenador.

Computadores

Entre as empresas de menor porte pesquisadas, com menos de 100 pessoas, pouco mais da metade tem computadores, enquanto nas empresas de 100 ou mais empregados mais de 90% afirmam ter computadores. As grandes empresas apresentam a maior concentração de computadores: apesar de representarem 1,7% do total de empresas e 2,8% das que dispõem desses equipamentos, as empresas de com mais de 500 ou mais empregados concentraram acima de 50% de todo o parque de computadores da indústria paulista, conclui.

Exportação

Segundo a pesquisa, as empresas com maior desempenho inovador exportaram mais. Entre as inovadoras, as que exportaram registraram 78% do valor adicionado, enquanto entre as não-inovadoras, as que venderam para o mercado externo em 1996 responderam por cerca de 55,4% do valor adicionado.

Isso representa que as empresas inovadoras são mais competitivas em relação às não-inovadoras, porque são responsáveis pelo lançamento de produtos e também por apresentar ganhos de eficiência na produção e distribuição de novos produtos.

Fabiana Pio

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