Os consumidores que lutam por seus direitos na justiça em função de dívidas podem ser chamados de caloteiros? Depois de pesquisar um universo de 1300 consumidores, dos quais 70% inadimplentes, a Proconsumer – Associação dos Direitos do Consumidor, traçou o perfil destes consumidores.
O resultado, divulgado agora, em razão da comemoração, na sexta feira (15), do Dia do Consumidor, segundo o vice-presidente da empresa, Fernando Scalzilli, é surpreendente. “Com os percentuais é possível desmistificar a questão da fuga das dívidas, pois cerca de 58% dos endividados estão trabalhando, outros 20% estudam e trabalham, 14% estão aposentados e apenas 5% estão desempregados”. Para ele, esses consumidores, em grande maioria, foram se endividando aos poucos, “adquirindo produtos do dia-a-dia, de consumo básico e a dívida aumentou em função dos juros extorsivos cobrados pelas instituições financeiras”.
Segundo Scalzilli, 40% dos consumidores possuem 3º grau completo, sendo que 10% têm pós-graduação. Outros 30% têm 3º grau incompleto e 19% possuem segundo grau completo. “Estes percentuais nos possibilitam observar que os consumidores de maior nível de instrução lutam mais pelos seus direitos, provavelmente por estarem mais informados”.
A maioria possui renda familiar mensal entre R$ 900,00 e R$ 1.800,00, o correspondente a 37%. Já R$ 26% dos entrevistados possui renda inferior a R$ 900,00. “Quanto à idade, os líderes de reclamações são os jovens entre 31 e 40 anos, com 35%”.
A maioria das reclamações dos consumidores são contra bancos (47%), administradoras de cartão de crédito (40%) e financeiras (25%). Entre os consumidores : 40% possui 3º grau completo, sendo que 10% são pós-graduados; 30% têm 3º grau incompleto; 19% fizeram o 2º grau completo; 8% concluíram o 1º grau completo e 2% não finalizaram o 1º grau . “É possível observar que consumidores com maior nível de instrução reclamam mais do que os menos instruídos, provavelmente por estarem mais bem informados a respeito de seus direitos”. Os entrevistados foram, em sua maioria, funcionários públicos (30%), funcionários de empresa privada (26%), profissionais liberais (19%), empresários (15%) e outros (6%).
Os que reclamam seus direitos possuem renda familiar mensal: entre R$ 900,00 e R$ 1.800,00, (37%), inferior a R$ 900,00 (26%), entre R$ 1.800,00 e R$ 3.600,00 (18%) entre R$ 3.600,00 e R$ 5.400,00 (10%) acima de R$ 5.400,00 (5%).
Conforme Scanzilli, a maioria dos consumidores procurou um órgão de defesa para reclamar e providenciar a defesa de seus direitos financeiros, principalmente em função de indicação de amigos (33%) e informações através de jornais de grande circulação (46%). A mídia eletrônica (rádio, tv) e internet também colaboraram para o esclarecimento a respeito sobre a quem recorrer caso os direitos do consumidor estejam sendo lesados. “A maioria das reclamações são contra bancos (47%), administradoras de cartão de crédito (40%) e financeiras (25%).
Os consumidores, em sua maioria, utilizaram o serviço de crédito por causa do consumo de produtos básicos : 44% são do sexo feminino e 56%, masculino. A idade está entre 31 e 40 anos (35%), mais jovens do que 30 anos (25%), de 41 a 50 anos (22%), de 51 a 60 anos (10)%.
Celia Moreira
Panorama Brasil