Pessimismo com a economia é a tônica entre jovens empresários
Não são apenas os líderes das entidades de classe que estão pessimistas com os rumos da economia. O Fórum dos Jovens Empresários da Associação Comercial, que conta com 325 participantes, acredita que as reformas tributárias e da previdência são urgentes, assim como a redução das taxas de juros.
Os participantes do Fórum dos Jovens Empresários têm idade entre 25 e 35 anos.” Acreditamos que apenas a estabilidade economica defendida pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso não é suficiente. Para ser retomada a rota de crescimento é necessário cortar fundo, inclusive fazendo a tão postergada reforma política.” A declaração é de Marcus Hadade, coordenador do grupo.
O Fórum dos Jovens Empresários existe desde 1984 e tem participação ativa na Associação Comercial. Alguns dos seus membros participam da diretoria ou dos conselhos da entidade. Cerca de 10% dos seus integrantes são mulheres. As profissões são as mais diversificadas possíveis; advogados, publicitários, economistas. Deles, 10% estão em indústrias; 20% no comércio; 50% em serviços; 15% são profissionais liberais.
Mas, como conta Hadade, de 30 anos, diretor comercial da Gráfica Arizona, todos optaram por terem um negócio próprio ” são empreendedores”. Diz que esta vocação é tipicamente brasileira, já que uma pesquisa da Ernest & Young , juntamente com a London Business, indicou que um, em cada 8 brasileiros, deseja ter um negócio próprio. ” Nos Estados Unidos este número é de um em cada 10; na Inglaterra, um em cada 3; no Japão, um em cada 100″. Do grupo, mais da metade, abriram empresas na área de serviços
Afirma que, nas reuniões do grupo, fica evidente esta tendência, ” pois, ao contrário da década de 80, quando todo mundo queria trabalhar em uma multinacional, atualmente optamos por abrir o nosso próprio negócio”.
Apesar do pessimismo na economia, os empresários acreditam que o comércio poderá crescer moderadamente neste ano. ” No entanto acreditamos que certos gargalos do segmento precisam ser eliminados, como as altas taxas de juros e o crédito restrito”. Acrescenta que só com uma política de crédito mais efetiva haverá crescimento econômico “e, por consequência, maior nível de emprego e maiores vendas para o comércio”.