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Petrobras não consultará FHC sobre futuros reajustes de gasolina

Guarulhos, 21 de fevereiro de 2002

A Petrobras apenas comunicará o presidente Fernando Henrique Cardoso sobre futuros aumentos nos preços dos combustíveis, sem pedir autorização para os reajustes, disseram nesta quarta-feira o presidente da estatal, Francisco Gros, e o ministro de Minas e Energia, José Jorge. “Ele vai ser informado não como presidente da República, mas como acionista principal (da Petrobras). Existe uma diferença muito clara entre ser informado e ser consultado”, disse Gros a jornalistas, após reunir-se com o ministro José Jorge e representantes do governo boliviano na sede da empresa, no Rio de Janeiro.

As palavras de Gros, que foram endossadas pelo ministro José Jorge, são uma resposta à polêmica iniciada no final da semana passada, quando Fernando Henrique suspendeu um reajuste de 2,2% no preço da gasolina nas refinarias, previamente anunciado pela Petrobras.

A justificativa para a suspensão era de que o aumento não havia sido comunicado ao governo, mas decidida pela área técnica da estatal.

Mais tarde, no entanto, os ministros da Casa Civil, Pedro Parente, e de Minas e Energia, José Jorge, admitiram que tinham conhecimento do reajuste. Eles disseram que acharam desnecessário consultar o presidente, pois se tratava de uma decisão técnica e não política, uma vez que o mercado de combustíveis está liberado no país.

Após o veto presidencial, o reajuste dos combustíveis ficou suspenso. Segundo Gros, a direção da Petrobras já começou a analisar as variáveis que influem no preço da gasolina no mercado interno, que são a variação do dólar e a cotação do barril de petróleo no mercado internacional. “Vamos analisar os números para esclarecer o presidente da República e ver se existe efetivamente uma alternativa ao aumento anunciado”, disse ele.