A Petrobras comunicou nesta quinta-feira a seus clientes e distribuidoras que vai reajustar o preços do óleo diesel em 2,8% em suas refinarias a partir deste sábado. O aumento deve chegar às bombas, para o consumidor, em algo em torno de 2,2%. Este é o segundo reajuste no combustível imposto pela estatal desde que o mercado do setor foi totalmente liberado em 1º de janeiro.
No dia de 6 de fevereiro, a Petrobras reajustou os preços do óleo diesel em 3,2% (em média, já que os preços variam de região para região). Com o aumento de amanhã, o combustível acumula alta de 5,47% no atacado em 2002.
A empresa argumenta que está simplesmente ajustando seus preços às cotações do produto no mercado internacional. As distribuidoras consideram normal que, a partir de agora, a estatal passe a mudar preços mensalmente, com base numa fórmula de combina as cotações internacionais dos derivados e a cotação do dólar.
Em 1º de janeiro de passado, começou a livre importação e a exportação de combustíveis refinados. Até então, o governo fixava os preços de venda da gasolina e do diesel nas refinarias, e apenas a Petrobras podia importar.
Apesar de o Índice Geral de Preços (IGP-DI) ter se mantido estável no mês passado (0,18% contra 0,19% em janeiro), a inflação continua pressionada. Enquanto o IPC-DI, com peso de 30% na composição do IGP-DI, registrou queda de 0,65 ponto percentual (de 0,79% em janeiro para 0,14% em fevereiro), o núcleo da inflação caiu apenas 0,29 ponto percentual (0,73% para 0,44%). O núcleo do índice exclui os preços com influência sazonal muito forte.
Paulo Sidney de Melo Cota, chefe do Centro de Estudos de Preços da FGV, explica que o acumulado do núcleo nos últimos 12 meses, que registrou variação de 7,49% em fevereiro contra 7,40% em janeiro, é outro fator de risco.
– O colchão de segurança do governo está cada vez mais estreito – disse.
Ramona Ordoñez