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Planejamento ajuda a reduzir gastos e formar reservas

Se você se enforcou em carnês e prestações, neste começo de ano vai ter de apertar o cinto muito além do que imagina. Reflita um pouco sobre o que aconteceu.

A resposta mais provável é: não planejei bem o orçamento familiar ou o orçamento pessoal. Agora, aprenda uma coisa: com a ajuda de um lápis, uma caderneta, que custa R$ 1, e um pouco de reflexão, teria dado para pagar tudo sem se apertar e ainda, quem sabe, economizar algum dinheiro. A maior parte dos brasileiros não sabe planejar. Uma herança ruim dos tempos de inflação altíssima em que planejamento era impossível. Hoje planejamento não é só possível como fundamental para que as famílias guardem dinheiro e iniciem um investimento de longo prazo. Internet – Planejamento financeiro pessoal virou moda. Mais do que isso: hoje é fundamental para manter o controle das despesas.

Alguns sites estão oferecendo na Internet planilhas que ajudam as famílias a gastar com eficiência, confira alguns dos endereços:

– IG Finance (www.igfinance.com.br)
– Shopinvest (www.shopinvest.com.br)
– Dinheironet (www.dinheironet.com.br)

Os consultores financeiros pessoais também estão se tornando comuns. E há até literatura sobre finanças pessoais. Um dos mais prestigiados consultores de finanças pessoais chama-se Mauro Halfeld. Ele é professor de Mercado de Capitais da Universidade Federal do Paraná, ex-professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro “Investimentos – Como administrar melhor o seu dinheiro”. Gastos – Halfeld sugere que para começar a entender seus problemas econômicos uma pessoa deve dividir o orçamento em três colunas.

Na primeira coluna, anote os gastos obrigatórios. Tome o exemplo de um casal de classe média, que mora em apartamento próprio em uma capital, como São Paulo, tem dois filhos em idade escolar e renda mensal de R$ 4 mil. Na coluna dos gastos obrigatórios esse casal listaria: l condomínio no valor de R$ 350; IPTU de R$ 1,5 mil, considerando que o imóvel vale R$ 150 mil; alimentação, R$ 800; mensalidades escolares, R$ 400 para cada filho; serviços públicos (água, energia, telefone fixo), cuja soma é de, em média, R$ 200; plano de saúde no valor de R$ 200, levando em conta que o pai tenha assistência médica paga pela empresa e só precisa arcar com parte do pagamento de seus dependentes; IPVA do automóvel, de R$ 700; e salário da empregada, de R$ 400.

Concluída essa coluna, passe para a segunda. Nessa etapa anote os gastos que não são obrigatórios mas sem os quais a vida fica penosa: l assinaturas de jornais e revistas; TV a cabo; gastos com vestuário; telefone celular; transporte e gasolina; mesada dos filhos; lanche da escola e seguro de automóvel.

Restou a terceira coluna, que ó o lugar para o supérfluo, como o cafezinho tomado com um amigo ou uma compra realizada por impulso. Se você fez esse cálculo terá na sua frente um diagnóstico autêntico e perfeito do seu problema econômico. E pode visualizar com mais clareza onde é possível cortar. Disciplina – Montado dessa maneira esse orçamento parece óbvio. Mas o fato é que uma boa parte das pessoas chega ao final do mês avançando no cheque especial e sem saber por qual ralo o dinheiro sumiu. Para gastar com eficiência e economizar existem outros truques.

Alguns deles, segundo Halfeld, podem ser adotados com um pouco de criatividade. Imagine uma forma criativa para reduzir as despesas da segunda coluna, como o lanche da escola. Não será mais barato prepará-lo em casa? Outra dica: jante antes de ir ao supermercado. A compra será bem mais razoável. Não leve os filhos às compras; cuidado também com as tarifas bancárias.

Na maioria das vezes são gastos evitáveis. Cheque especial – Um dos erros mais comuns e perigosos é ter uma reserva financeira na poupança, que rende cerca de 0,6% ao mês, e se endividar no cheque especial, cujos juros são de 8% mensais. A lição aí é a seguinte: use a poupança para pagar suas dívidas.

Com sua experiência, o professor Mauro Halfeld diz que as famílias, em condições normais, têm condições de poupar 10% de sua renda todo mês. Nesse ritmo a pessoa consegue ter um 14º salário no final de cada ano. Multiplique isso por um prazo de 10 anos e você verá que é muito vantajoso poupar. Dá para enfrentar um período de desemprego ou qualquer outro imprevisto financeiro.

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