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Preço da gasolina pode ser mantido

Guarulhos, 18 de abril de 2002

Na semana em que a Petrobras se prepara para rever o preço da gasolina, o petróleo volta a disparar no mercado internacional. Pressionada por relatório do Instituto Americano do Petróleo indicando que os estoques do produto no país tiveram, na semana passada, a maior queda desde outubro e pela informação de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não pretende aumentar a produção para cobrir a lacuna deixada pelo embargo iraquiano, a cotação do barril avançou com força no exterior.

No International Petroleum Exchange de Londres, maior mercado de energia do mundo, o barril do tipo Brent, referência global, subiu 3,3% para US$ 25,38. Já na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o barril do tipo leve, referência local, fechou em alta ainda mais acentuada: 4,8%, a US$ 25,94. Na semana, o Brent, parâmetro para o Brasil, acumula valorização de 4,49%. A cotação, no entanto, ainda está quase US$ 2, ou 6,93%, abaixo da que se encontrava quando a estatal anunciou o último reajuste da gasolina, de 10,08%, em 3 de abril.

Apesar disso, os especialistas não acreditam que a Petrobras vá mexer no preço da gasolina. “Nossa expectativa é de que não deve acontecer nada. As oscilações (do petróleo) têm sido grandes. A Petrobras também pode esperar mais dois ou três dias para tomar uma decisão. Só sabemos que, em menos de 15 dias, ela não mexeria no preço”, disse Alísio Vaz, diretor para Defesa da Concorrência do Sindicom, o sindicato das distribuidoras de combustíveis.

A proximidade com os centros produtores de petróleo na Bacia de Campos e de uma das principais refinarias do país, a de Duque de Caxias (Reduc), não garante gasolina barata ao consumidor fluminense. Segundo a pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do litro do combustível no Estado do Rio na semana passada foi de R$ 1,697. É mais do que pagaram em média os sergipanos (R$ 1,641), os piauienses (R$ 1,653) e os brasilienses (R$ 1,662).

O levantamento da ANP também já refletiu parcialmente o impacto do último reajuste da Petrobras. Na comparação com a semana anterior, o preço médio do litro da gasolina no Rio aumentou 5,4% na semana passada. Na média de todo o país, o salto do combustível foi maior: 7,24%.

Cesar Baima / Colaborou Isabel Clemente