Feito sob medida para atender ao setor informal, com pouca burocracia e juros baixos, envolve 200 instituições e já beneficia empreendedores de todo o Brasil. Muitos pequenos empresários brasileiros já receberam visitas desse tipo e a tendência é de que isso vire rotina.
Os insólitos visitantes são os chamados agentes de crédito, personagens relativamente novos no cenário financeiro nacional. Eles estão hoje espalhados por todo o país.
São funcionários das diversas instituições criadas – sobretudo nos anos 90 – para operar o microcrédito, uma modalidade de empréstimo popular cujas diferenças em relação ao modelo convencional de financiamento são: menor burocracia na liberação dos recursos, juros ligeiramente inferiores aos do mercado bancário e dispensa de garantias, permitindo que até mesmo empreendedores informais tenham acesso ao dinheiro. Tudo isso com a proposta básica de reduzir problemas sociais e estimular a atividade econômica como um todo.
Parece mesmo um sonho, mas tudo indica que essa é uma situação duradoura e com possibilidade de melhorar muito nos próximos anos. O próprio Sebrae, que já oferece suporte técnico e capacitação a quem recorre a financiamentos, anunciou aporte efetivo de recursos na atividade.
De início serão destinados R$ 30 milhões para um grupo de 30 instituições. “O microcrédito é um instrumento de democratização econômica e social que precisa ser incluído ao sistema financeiro para levar crédito e esperanças a milhões de desbancarizados”, diz Sérgio Moreira, diretor-presidente do Sebrae Nacional, inventando um neologismo.
Traduzindo em números o total de “sem-bancos” mencionado por Moreira, uma pesquisa do mesmo Sebrae constatou a existência de 9,5 milhões de empreendedores sem qualquer acesso a crédito. Dados do Ministério da Fazenda confirmam a exclusão mencionada por Moreira.
Lázaro Evair de Souza