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Restaurante exige experiência

Guarulhos, 18 de julho de 2002

arte O negócio, que exige aporte inicial em torno de R$ 80 mil, para compra de equipamentos e reforma do ponto, pode ser boa opção de investimento, mas apresenta riscos. Experiência e planejamento são aliados de quem pretende investir no ramo, como afirmam empresários e especialistas.

– O produto principal do restaurante é de consumo essencial, o que favorece o negócio. Mas quem não tiver planejamento não sobrevive – alerta o proprietário do self service carioca Nutriz, Jair Barbieri. Para o empresário, o importante é manter o padrão de qualidade do serviço, que vai da compra dos ingredientes para o preparo dos pratos ao atendimento do cliente.

– A escolha adequada do ponto também é fundamental. E, ao contrário do que possa parecer, a concentração de estabelecimentos na mesma área pode ser positiva, uma vez que acaba por significar bom movimento. Outra importante arma para o empresário é conhecer os fornecedores.

Compras

– Saber comprar é essencial – resume Barbieri. As compras geralmente são feitas junto a atacadistas, distribuidores e nas centrais de abastecimento, como Ceasa e Cadeg. “O grande risco do negócio está nas perdas, principalmente nos restaurantes de comida por quilo, em que as refeições não são preparadas à medida que chegam os pedidos, ficam à disposição do cliente”, acrescenta.

Barbieri explica que um estabelecimento formatado para fornecer 3 mil refeições diárias deve trabalhar com estimativa de perda de, no máximo, 8%. “Se essa cota for ultrapassada com freqüência, o restaurante fecha o mês no vermelho”, analisa.

Dono do Raajmahal, especializado em comida indiana, o empresário Alberto Souza Filho assinala, ainda, a importância da fidelização da clientela. “Os restaurantes especializados e de comida regional enfrentam os mesmos problemas que os tradicionais, com o agravante de não ter público diário”, lembra.

Segundo Souza, uma conseqüência negativa deste fato são os preços, mais elevados. Por isso, é preciso investir não só no padrão de qualidade como em serviços extra. “Transformamos o Raajmahal em ambiente temático, com decoração e música típicas da Índia”, conta.

Quem pretende apostar no ramo deverá cumprir algumas regras específicas para receber permissão de funcionamento, que varia de acordo com o município onde o restaurante será instalado. O primeiro passo é pesquisar junto à Prefeitura as determinações relacionadas à localização, alvará de funcionamento e as exigências da Vigilância Sanitária.

– A dica para aqueles que pretendem investir no negócio não é acreditar que o fato de comida ser um produto essencial é o suficiente para fazer o sucesso da empresa. Bom cardápio e diversidade são diferenciais que contribuem para o progresso – avalia a consultora do Sebrae-RJ Eliane Martins, acrescentando que a administração é bastante peculiar e requer experiência, o que faz do negócio um investimento de alto risco.

CLARICE GODINHO