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Se não puder fugir de empréstimo, BNDES é a saída mais barata

As empresas que precisam de crédito imediato, mas não estão dispostas a pagar mais caro pelos empréstimos que tiveram as taxas médias reajustadas, uma boa saída agora é batalhar por linhas especiais de financiamento, como as que recebem recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social, BNDES.

Quem pode deve esperar para emprestar o dinheiro, já que a expectativa é de queda dos juros no médio prazo – de três a seis meses -, uma vez que a taxa básica da economia, a Selic, retomou a tendência de queda na última quarta-feira. E é ela que serve de sinalizador para a composição das demais taxas no sistema financeiro. O financiamento direto com os fornecedores é outra boa alternativa para fugir dos altos custos cobrados pelos bancos.

Custo maior – As operações de crédito ficaram mais caras para as empresas desde o início do mês. Para se ter uma idéia, um empresário que desembolsava em dezembro 3,58% mensais para conseguir dinheiro no banco, através de uma das mais populares linhas de empréstimo, a antecipação de duplicatas, já está pagando 4,85% pela mesma operação. A Nossa Caixa foi um dos bancos a anunciar, na última sexta-feira, o aumento em todas as suas taxas máximas cobradas de empresas em operações de crédito. O custo para contratar capital de giro, por exemplo, saltou de 3,95% para 4,45% mensais.

Burocracia – O interessante nos empréstimos via BNDES é que as taxas de juros praticadas são de longo prazo (TJLP, atualmente em 10% ao ano), acrescida de um custo cobrado pelo banco parceiro, inferior a 3% ao mês. No ano passado o banco liberou R$ 5,7 bilhões em créditos direcionados a micro, pequenas e médias empresas, um montante 31% maior do que o volume emprestado em 2000 (R$ 4,4 bilhões). O volume de operações também subiu: passou de 98.116 para 136.825, em 2001. O problema é que os bancos associados ao BNDES – são 25 instituições parceiras – exigem um calhamaço de informações da empresa interessada nesse tipo de empréstimo. Para as micro e pequenas empresas, que só têm a chance de colocar as mãos nesses recursos via bancos conveniados, as dificuldades são ainda maiores.

Dificuldades – “O BNDES é sempre uma alternativa. Mas devido às dificuldades, muitas vezes vale a pena procurar produtos que sejam mais baratos do que tentar uma linha destas”, diz a consultora Graziella Thomaz da Silva, da MGB. A consultora cita o Giro Caixa da Caixa Econômica Federal, em que as pequenas empresas podem solicitar até R$ 100 mil de uma única vez, como sendo uma das linhas mais atraentes do mercado. “Além de a empresa poder pagar a dívida em até 24 meses a taxa de juros é fixa”, diz. As taxas cobradas pelo banco variam de TR + 0,83% a TR + 2% mensais, dependendo do relacionamento da empresa com o banco. A Caixa Econômica não exige que a empresa seja cliente do banco para solicitar o empréstimo. A Nossa Caixa também tem um leque de produtos populares, para atender a empresas de pequenos porte. Trata-se do programa Microbanco, em que linhas de capital de giro tem taxas a partir de 2,70% mensais, enquanto em bancos tradicionais na concessão de empréstimos a micro empresas, como o Bradesco, esse custo pode ser de até 5,80% ao mês. A HiperConta Comércio BBV, lançada há três anos pelo BBV Banco, é voltado exclusivamente para empresas do varejo. Merece destaque por oferecer isenção total de tarifas bancárias e também por cobrar taxas de em média 2,20% ao mês para descontos de recebíveis (duplicatas e cheques pré-datado).

(Adriana Gavaça)

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