A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter em 18% ao ano a taxa de juro básico da economia incentiva o comércio a continuar com prazos curtos de crediário, segundo o economista da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo. Ele lamentou a decisão do BC, embora já esperasse a manutenção da taxa.
O BC já havia dado indicações de que não mudaria as taxas. O problema é que a instituição nunca vai mudar a Selic se for esperar um céu de brigadeiro aqui no Brasil ou lá fora. Essa é uma decisão para se lamentar e não há sentido em segurar a taxa de juro nas alturas. O BC não precisa fazer isso apenas para mostrar preocupação com a economia. O Banco, ao contrário, deixa uma dúvida ainda maior sobre o futuro – afirmou.
Na primeira quinzena de setembro, as vendas do comércio registraram queda de 7% sobre o mesmo período de agosto. Na comparação com os primeiros quinze dias de setembro do ano passado, houve um pequeno crescimento, mas Solimeo disse que o ano passado não é uma boa base de comparação, já que a economia estava ainda mais recessiva com a crise argentina e o abastecimento de energia.
Solimeo disse que a melhor atitude do Banco Central foi não indicar viés para a Selic. Segundo ele, o BC ficaria ainda mais desacreditado se sinalizasse uma queda que não poderia dar mais para a frente.