Setor de franquias mantém otimismo e desdenha da crise
Começou ontem, em São Paulo, a ABF Franchising Expo, uma das maiores feiras de franquias do mundo, com a estimativa de movimentar R$ 550 milhões em negócios e receber 62 mil visitantes em quatro dias. Quem visitar a 24ª edição do evento vai encontrar 480 marcas e opções de investimento que oscilam entre R$ 20 mil e R$ 2 milhões.
As projeções para este ano são maiores em relação ao ano passado, quando 60 mil pessoas fizeram negócios da ordem de R$ 520 milhões. Mesmo em um cenário de retração econômica, a expectativa positiva é justificada pelos números que o franchising apresentou nos primeiros meses do ano, segundo o diretor de capacitação da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Juarez Leão.
“O crescimento por essa opção de negócio também reflete o espírito empreendedor do brasileiro, que procura por franquias em busca de segurança existente por trás de uma marca ou negócio que já deu certo”, afirma o diretor de Capacitação e Treinamento da ACE-Guarulhos, Carlos Jones Pereira.
Muitos argumentam, no entanto, que o crescimento dessa busca pela franquia não é muito sólido, na medida em que atrai candidatos ao empreendedorismo menos experientes, que se lançam no mercado com as indenizações recebidas ao serem desligados de seus empregos.
Nelson Felipe Kheirallah, vice-presidente da ACSP (entidade parceira da ACE-Guarulhos), não vê motivos para tanto otimismo dos organizadores da feira. Para ele, a franquia tem sido uma solução no Brasil todo, a melhor opção para o novo empreendedor, e a salvação para os shoppings que têm o volume de vendas praticamente sustentado pelo franchising.
“Naturalmente, a previsão tem que ser otimista, porém é muito claro que o varejo está em plena recessão, e ainda não chegou ao fundo do poço. Portanto, acho difícil que esse número se confirme”, disse Kheirallah. “Esse novo empreendedor não terá duas chances. Ele não pode errar. Na maioria das vezes, todo o seu capital amealhado em anos de trabalho está sendo investido nesse sonho”, completa o diretor da ACE-Guarulhos.
De acordo com Juarez Leão, em momentos de crise, a franquia desperta maior interesse do possível empreendedor por ser um negócio já formatado. “A franquia tem uma capacidade de reação ao momento com lançamentos de promoções e novos produtos que um varejista tradicional dificilmente conseguiria fazer”, diz.
(Com informações de Mariana Missiaggia, do Diário do Comércio)