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Slogan é grito de guerra para aumentar vendas

Guarulhos, 12 de janeiro de 2005

Um artigo publicado na revista Publicidade e Negócios, em 1957, diz que a palavra slogan tem origem nos antigos clãs. “Slaugh-ghairn”, expressão usada em tempos de lutas pelos celtas, queria dizer brado de guerra, conforme escreveu Dieno Castanho no artigo em questão. A expressão evoluiu para se transformar no grito em prol das vendas no universo dos negócios. “O slogan deve anunciar e identificar o produto ou serviço, despertando, em poucas palavras, a sensibilidade e a simpatia do consumidor”, disse ainda Dieno no texto. Para tanto, destacou Dieno, deve ser breve, não ultrapassando seis palavras (sem contar as monossílabas) e creditar um valor que faça a diferença entre os demais objetos de consumo da categoria.

Ele acrescenta no artigo que, para criar um bom slogan, é aconselhável escrever as várias idéias iniciais de frases e compará-las, combinando as melhores palavras e expressões. Se por um lado a rima é uma característica positiva, por outro não é essencial, podendo ser substituída por uma frase com cadência como em “Cada gota no seu carro é uma moeda no seu bolso”, usada pelo óleo Esso. Outra dica para quem quer criar uma frase para acrescentar qualidades à identidade da empresa é: aproveite as idéias de sucesso, mas não as repita. O que vale é sempre a originalidade e irreverência.

Na raiz da propaganda – O prefácio do livro Slogans, escrito por Cid Pacheco, aponta que nada é mais elementar para a propaganda do que este jogo de pura persuasão feito com palavras. “Só há uma força capaz de enfrentar um bom slogan: outro slogan melhor”, afirmou o autor.

Não restam dúvidas sobre a importância do slogan e sua influência sobre a memória dos clientes. De acordo com os especialistas, todas as frases com esse propósito devem ter potencial de “invadir” a mente das pessoas, fazendo com que a lembrança cumpra a tarefa de trazer o nome do produto, serviço ou corporação à frente da lista de opções de consumo. “Quanto mais são repetidos os slogans, maior será a probabilidade deles se tornarem autônomos em relação às pessoas, como se fossem verdades absolutas”, resume o psicanalista Raymundo de Lima.

Animal – Pensando na força dessas técnicas, a empresária Thaís Ribeiro Tatini, proprietária do Zôo Center, pet shop que fica na região de Interlagos (capital paulista), adaptou ao slogan do empreendimento o motivo pelo qual entrou para o negócio: Nossa paixão… é animal!

A empresária conta que estuda o comportamento dos bichos por amor aos animais. A abertura de uma loja para venda de filhotes, além da oferta de serviços e produtos, foi uma realização pessoal e profissional. “Desde que inaugurei o ponto falamos que somos apaixonados pelo nosso trabalho. Desse hábito de comunicar aos fregueses nossas intenções nasceu o slogan “Nossa paixão… é animal “, que acrescentou qualidade ao empreendimento, fazendo, inclusive, referência ao principal sujeito que movimenta a loja: o bicho de estimação”.

Garantia de patente – Já para Antônio Cabral, sócio-proprietário da Panificadora Sagres, que fica em São Paulo, o slogan “A pioneira em mini-pãezinhos” é conseqüência da invenção dos mesmos, há 40 anos.

“Assim que o produto de 20 gramas semelhante ao pão francês começou a fazer sucesso, pensamos no slogan, que faria menção ao produto de maior vendagem. Para garantir, patenteamos a frase, impedindo que qualquer outra concorrente saísse repetindo ou anunciando algo que nos desacreditasse”, ressalta.

Produção – Cabral diz que a produção diária de três mil unidades de mini-pãezinhos durante a semana e até oito mil unidades por dia aos sábados e domingos confirma o bom desempenho do produto, que atrai clientes de todos os cantos da cidade. “Recebemos encomendas de gente que mora em Santana e outros bairros distantes da Sagres. Eles não se importam de cruzar a cidade até a região Vila Mariana para garantir a compra do que chamam de tentação”, conclui.

Além dos mini-pãezinhos, a padaria serve refeições e possui loja de conveniência.

Juliana de Moraes