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Suco, negócio cada vez mais doce

O consumo de sucos prontos para beber cresceu 47% de 2000 para 2001 no País, segundo informações da ACNielsen. Em volume de dinheiro, foram movimentados R$ 287,6 milhões com as vendas do setor. Hoje, são dois litros consumidos por habitante todos os anos, média considerada baixa para os padrões internacionais, mas por isso mesmo indicativa do quanto o setor ainda pode crescer no Brasil.

Em todas as subdivisões do mercado, como as modalidades em pó, concentrado ou pronto para beber, não param de surgir novas empresas e lançamentos. O sabor laranja ainda é o campeão de vendas nacionais e mundiais quando o assunto é suco. De acordo com informações da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), o consumo da bebida é superior à soma de todos os outros sabores.

Expectativas – Neste ano, as exportações brasileiras de suco de laranja devem chegar a 1,1 milhão de toneladas. A receita total da cadeia produtiva da bebida é de US$ 5 bilhões, dos quais US$ 1,5 bilhão são obtidos somente com as vendas ao Exterior. “O mercado nunca esteve tão aquecido. O Plano Real foi um divisor de águas no consumo de sucos no Brasil. Antes da estabilização da economia, a média era de menos de um litro por habitante todos os anos”, explica o presidente da Associação das Indústrias Produtoras de Sucos Tropicais, Etério Prado.

A atual produção de sucos de frutas tropicais é de 10 milhões de caixas com 24 garrafas de 500 ml. O mercado interno absorve 70% da produção. A estimativa é de que o setor movimente US$ 160 milhões em consumo interno e exportações por ano. “O potencial de crescimento é grande. Para se ter uma idéia, o atual consumo de suco em pó é de 15 litros ao ano por habitante, para 60 litros anuais de refrigerante”, explica o presidente da General Brands, fabricante da marca Camp de sucos em pó, Isael Pinto.

Polpa asséptica – O segmento de polpa de fruta é mais um braço do mercado de sucos no País. Para ganhar espaço em vendas internas e externas, a baiana Tropical Fruit desenvolveu uma nova modalidade de comercialização de seus produtos: a chamada polpa asséptica, alternativa às tradicionais versões congeladas e conservada a temperatura ambiente. Nesse caso, a polpa recebe embalagem tetra pak em forma de tetraedro, com 65 ml por caixa. “É a conta de um copo de suco, prático para famílias com diferentes preferências de sabores ou para os solteiros que procuram porções individuais do produto”, explica o presidente da Tropical Fruit, Paulo Assis. A polpa asséptica foi desenvolvida com o apoio do Governo da Bahia, que bancou a criação da embalagem. Hoje, o produto faz parte do Tropical Taste Food, programa oficial de vendas para o Exterior do governo baiano.

No mercado interno, as vendas em rede nacional da nova polpa devem começar nos próximos meses, incluindo as grandes redes de varejo. A Tropical Fruit é responsável pela fabricação das marcas próprias de polpa de fruta das bandeiras Extra e Barateiro, do Grupo Pão de Açúcar. A produção da polpa asséptica teve investimentos de US$ 5 milhões. O dinheiro foi usado na adaptação da planta produtiva para a fabricação da nova embalagem.

Isabela Barros

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