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Varejo de mobiliário é um mercado de R$ 17 bilhões

Guarulhos, 27 de junho de 2002

arteO segmento de móveis, que nos últimos cinco anos cresceu em ritmo acelerado, é um grande mercado para o varejo. Enquanto o segmento faturava R$ 10,2 bilhões, em 1996, no ano passado os cerca de 200 mil pontos-de-venda especializados geraram uma receita de R$ 17 bilhões, que deverá ser mantida este ano.

Dentro deste montante, 60% referem-se à venda de móveis residenciais, 25% a móveis de escritório e 15% a móveis institucionais para escolares, hospitais e restaurantes. A informação é do presidente da Associação brasileira da Indústria de Móveis (Abimóvel), Domingos Sáveo Riggoni.

“Este grande salto se deve principalmente ao fato de varejo e indústria terem melhorado a qualidade dos produtos para competir com empresas internacionais que chegaram no País no início da década”, destaca. Com isso, novas tecnologias foram empregadas, com o uso de materiais além da tradicional madeira – como alumínio, vidro, revestimentos sintéticos e fibras.

O varejo, que procurou acompanhar estas novas tendências, vem obtendo bons resultados, como é o caso da tradicional Babylândia, que está há 26 anos no mercado. A rede de 26 lojas especializada em móveis para o público infanto-juvenil e bebê no eixo Rio-São Paulo, conseguiu obter um crescimento de 5% nas vendas do primeiro semestre do ano, em relação ao mesmo período de 2001.

Segundo o diretor comercial da rede, Marcelo Liberman, este resultado foi possível mesmo em um período de recessão na economia, graças ao lançamento de produtos. Um dos últimos lançamentos da marca foi um berço com o uso de palha na cabeceira, seguindo a tendência oriental na decoração. “Com isso conseguimos cativar um público exigente, vendendo mais de 10 mil peças por mês”, diz o diretor.

João Segatto, proprietário da loja de móveis Segatto, abraçou este mercado há dois anos como uma oportunidade de negócio. “Trabalhamos no ramo industrial há 65 anos. Para expandir nossa atuação no mercado, resolvemos entrar no varejo”, explica Segatto. Segundo ele, a loja, que está localizada no bairro de Moema, na zona Sul, já está colhendo bons resultados. “Neste primeiro semestre, por exemplo, conseguimos crescer 15% em relação o mesmo período de 2001”, destaca o empresário.

De acordo com Segatto, isso foi possível graças à venda de móveis como objetos de decoração. “Hoje, o cliente está mais exigente na hora de mobiliar a casa. Pensando nisso, trouxemos peças diferenciadas como móveis para home-theater e dormitórios planejados”, diz o empresário, que devido ao bom resultado que está obtendo, planeja aumentar o número de lojas nos próximos anos.

A loja de móveis Ambiente Decor mudou sua forma de atuação para poder atender às exigências dos consumidores. “Antes trabalhávamos mais com móveis clássicos. Hoje contamos com móveis mais elaborados, com estilo e design”, diz o gerente Lucas Flores. Mesmo com a mudança de foco, a loja registrou uma queda de 20% nas vendas do primeiro semestre. “Fomos afetados pela crise econômica. Pretendemos recuperar estas vendas no próximo semestre, quando a loja estará sob nova administração”, destaca Flores.

Mas não é apenas em lojas especializadas que este mercado vem sendo explorado. No magazine Lojas Cem, a venda de móveis já representa 30% do faturamento da rede de 116 lojas no País, segundo o diretor comercial Valdemir Coleone. A rede vende mais de 700 móveis para quarto, sala e cozinha por preços mais populares. “Cada cliente gasta em média R$ 350”, diz o diretor. Segundo ele, a venda de móveis ajudou a compensar a queda nas vendas de eletrodomésticos, ocorrida neste primeiro semestre do ano.

Daniela Nogueira