O presidente da Varig, Ozires Silva, defendeu a licitação das rotas da Transbrasil. “Nós mesmos, inclusive, já pedimos ao DAC (Departamento de Aviação Civil) algumas das linhas operadas pela Transbrasil”, disse a repórteres Ozires Silva.
O presidente da Varig não quis dizer quais rotas da Transbrasil a Varig teria mostrado interesse ao DAC.
A Transbrasil pode perder as 23 rotas que possui, se não conseguir voltar a voar até esta quinta-feira. Sem voar desde o dia 3 de dezembro, por falta de recursos para colocar combustível nas aeronaves, a Transbrasil afirmou na semana passada que continuava lutando para voltar a voar antes de que se complete um mês.
As chances porém, segundo fontes da própria empresa, são mínimas. Até parar de voar, a Transbrasil tinha 90 frequências diárias para 22 cidades no Brasil e para Buenos Aires.
O Departamento de Aviação Civil (DAC) considera dar à companhia aérea mais 6 meses para se reerguer e pleitear novas rotas. “Não é interesse do DAC decretar a morte de uma empresa. Podemos ou não tirar as linhas no dia 3. Se a empresa justificar um pedido de prorrogação, poderemos prorrogar”, afirmou a assessoria de imprensa do DAC na semana passada.
Ainda viva
Em nota divulgada à imprensa ontem, a Transbrasil informou continuar otimista na retomada de suas operações – ainda que não nos próximos dias. “A Transbrasil continua com seus aviões no solo, mas não encerrou suas atividades definitivamente e nem espera fazê-lo”, afirma o texto, que informa ainda que a empresa estaria mantendo negociações para poder voltar a operar.
Com relação ao fato de completar 30 dias sem voar – o que, pela legislação aérea, faria com que a empresa perdesse o direito de operar suas rotas – a Transbrasil argumenta que isso depende de uma decisão do Departamento de Aviação Civil (DAC).
“A partir do dia três de janeiro, o DAC pode transferir as linhas que a Transbrasil tem direito para outras companhias. Mas isso não significa que a Transbrasil perde suas linhas automaticamente. Esta é uma decisão que cabe ao DAC, órgão máximo da aviação civil brasileira. Ou seja, é aberta uma possíbilidade legal para que isso ocorra, apenas isso”, diz a nota.
TAM também está na briga
No final de dezembro, o presidente da Federação Nacional dos Aeronautas e Aeroviários, Pedro Azambuja, e a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziela Baggio, afirmaram que a TAM já está conversando com o governo com o objetivo de assumir os hangares, as linhas e a autorização que a Transbrasil tem para pousar e decolar de aeroportos como o de Congonhas, em São Paulo, onde recentemente a própria TAM teve que reduzir seus vôos para que Transbrasil e Gol ganhassem mais espaço. De acordo com Pedro Azambuja, a TAM tem o apoio do sindicato, porque se compromete a absorver também 1,2 mil funcionários da Transbrasil.