O presidente da Volkswagen, Herbert Demel, anunciou hoje um plano de reestruturação no sistema de produção da fábrica Anchieta, localizada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
O plano prevê a flexibilização em 20% da jornada de trabalho com o equivalente corte de salário para os 16 mil trabalhadores da unidade. Segundo Demel, esta é a única maneira de garantir o emprego de todos os funcionários diante da crise no setor automotivo.
O plano de reestruturação da Volks prevê o corte de 20% do salário dos funcionários e a adoção da jornada semanal de quatro dias de trabalho com folgas às sextas-feiras.
Para quem tem salário de até R$ 3 mil por mês, a remuneração seria mantida e o corte de 20% seria diluído no pagamento do 13º salário, participação nos lucros e resultados e reajuste da data-base. Para salários superiores a R$ 3 mil, o corte seria feito no próprio holerite do mês.
Demel disse ainda que a Volks pretende nivelar os salários dos novos funcionários à média de mercado.
Sindicato rejeita proposta
Mas o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC já manifestou que não vai aceitar a proposta da Volks do jeito que ela foi formulada.
O presidente do sindicato, Luiz Marinho, disse que a montadora precisa negociar com os trabalhadores uma proposta de garantia de emprego de pelo menos 5 anos para então discutir o acordo de 20% de flexibilização.
“Essa proposta é o que a empresa quer. Querer todo mundo pode, basta saber se os funcionários vão concordar com essas medidas”, disse Marinho.
A proposta apresentada hoje pela Volks será levada para a Assembléia na porta da fábrica até quarta-feira.
Caberá aos funcionários decidir se o sindicato deve ou não negociar a flexibilização da jornada para garantir o emprego de 3 mil pessoas.